quinta-feira, janeiro 18, 2007

Detetive envolvido no escândalo da HP assume culpa e ajuda promotoria

Por Robert Mullins, para o IDG Now!* Publicada em 15 de janeiro de 2007 às
11h32

São Francisco - Acusação avança no caso de espionagem após Bryan Wagner se declarar culpado e oferecer ajuda para suavizar sua pena.

O consentimento de Bryan Wagner, fechado na sexta-feira (12/01), para alegar-se culpado das acusações federais no caso de espionagem da Hewlett-Packard pode resultar em novas acusações por parte dos promotores, segundo um especialista em legislação.

Wagner, um detetive particular de 29 anos de idade, de Littleton, Colorado, assumiu a culpa por conspiração e roubo de identidade agravado em uma corte federal em São José, Califórnia. Ele concordou em cooperar com os promotores na investigação de possíveis co-conspiradores em troca de uma possível suavização de sua sentença.

“A primeira coisa que um advogado da promotoria precisa num caso como este é de uma testemunha interna”, disse Franklin Zimring, professor de legislação de justiça criminal do Earl Warren Legal Institute da Universidade da Califórnia, em Berkeley. “Sem isso, é uma questão de deduções a partir de provas circunstanciais, o que não é nada divertido para o promotor”.

As acusações derivam de uma investigação conduzida pela HP em 2005 e 2006 para identificar quem na empresa estava repassando informações sobre as deliberações dos diretores para a imprensa.

De acordo com os dados apresentados na corte na última sexta-feira pelo promotor assistente Mark Krotoski, a HP contratou uma firma de investigação particular, a Security Outsourcing Solutions, que contratou o Action Research Group, de Melbourne, na Flórida. A Action, por sua vez, contratou Wagner, que é autônomo.

Os alvos da investigação incluíam repórteres que acompanhavam a HP, diretores da companhia e até familiares desses dois grupos.

Wagner recebeu números de seguro social e outras informações pessoais dos alvos e usou os dados para se passar por eles e obter registros de ligações de empresas de telefonia, prática conhecida como “pretextar”, segundo Krotoski.

Wagner ainda encara acusações de crime capital na Califórnia juntamente com a antiga presidente da banca da HP, Patricia Dunn, o antigo conselheiro legal, Kevin Hunsaker, Ronald R. DeLia, da Security Outsourcing Solutions e Matthew DePante, gerente do Action Research Group. Wagner é o único envolvido no caso a ser processado na corte federal e o primeiro a ser
condenado.

Os advogados de Dunn e Hunsaker, que foram afastados de seus postos da HP por causa do escândalo, não foram encontrados para comentar a alegação de culpa de Wagner.

Wagner teve contato direto somente com DePante, mas foi assegurado de que os advogados revisaram a prática do pretexto e disseram que era legalmente permitida, disse o advogado de Wagner.

Ele também disse que detetives particulares como os da Action Research Group comumente se envolvem em práticas suspeitas para conseguir informações. O caso, em última instância, pode chegar à questão de quais práticas investigativas são criminosas e quais são meros “artifícios” legais, disse Zimring.

“A questão do limite entre adulterações, que são toleradas, e fraudes sujeitas a processos é uma fronteira muito difícil de vigiar”, disse Zimring. “A diferença entre fraude e a venda de cartões usados é uma questão filosófica”.

* Robert Mullins é editor do IDG News Service, em São Francisco.

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