Qualquer tendência discutida para o roubo de identidade nos próximos anos representa notícias ruins, afirmou uma analista de segurança quarta-feira (07/03) ao divulgar uma pesquisa sobre os métodos como 15 milhões de norte-americanos tiveram dados violados em um ano.
No ano terminado em agosto, 15 milhões de pessoas foram vítimas de alguma fraude relacionada ao roubo de identidade, afirmou Avivah Litan, analista do Gartner, número 50% maior que os dados divulgados em 2003 pela Comissão Federal de Comércio.
Outros dados do estudo de Litian mostram que a média de perda acarretada pelo roubo de identidade mais que dobrou em 2006 para 3.257 dólares por caso, enquanto a porcentagem de fundos ressarcidos caiu de 87% em 2005 para 61% em 2006.
A perda média de fraudes relacionadas a novas movimentações, em que crackers abrem contas com os dados roubados, foi de 5.962 dólares em 2006, aumento de 223% em comparação aos 2.678 dólares em 2005.
Cobranças não autorizadas de cartões de créditos saltaram quase quatro vezes, atingindo uma média de 2.550 dólares roubados por fraude no ano em questão.
"As tendências são extremamente úteis, já que números podem nunca ser exatos", afirma Litan. "A única notícia boa foi para os bancos. Eles são cada vez menos responsabilizados, pelos ataques os focarem cada vez menos".
O motivo é o aumento nos casos em que criminosos armam o roubo de identidade direto nas ações da vítima, ao invés de mirar nos bancos. Instituições financeiras têm, ao menos entre os grandes, investido na segurança dos dados.
"Crackers estão usando leilões online, transferências online e avisos de sistemas de pagamento, como o PayPal, para forjar scams bem criativos", afirma Litan. "Eles vão atrás do elo mais fraco da cadeia, que são usuários que cem em táticas de engenharia social".
Entre os entrevistados que sabiam ou suspeitavam das causas de roubo de identidade, 15% disse ser vítima de vazamento de informações. "Os bancos são responsáveis pelas fraudes aqui", pelo menos até agora, afirma Litan.
Um legislador de Massachusetts, no entanto, propôs uma lei que poderia levar à cadeia responsáveis por instituições que vazem dados.
Litan rejeitou a idéia. "Os responsáveis que vazam dados já estão pagando pelas fraudes" na forma de altas taxas de manuseio de dados pedidas pelos bancos, afirmou. "Os bancos já estão coletando isto. Resta saber o que farão".
Na verdade, Litan não nutre muitas esperanças pela mudança, ao menos em curto prazo. "Ladrões de identidades estão mais espertos", disse ela. "A única maneira que isto será resolvido é que os dados possam ser destruídos em caso de roubo. Assim, não será um problema vazamentos".
Ela ofereceu exemplos de como isto pode ser feito, incluindo sistemas mais sofisticados de autenticação em processos de pagamento e cartões de débito, além de sistemas que usem sistemas geográficos para apontar a localização física de ladrões.
"Mas ainda acho que haverá uma grande onda de ataques de algum tipo antes que haja mudança", disse. Quando perguntada sobre que tipo de ataque poderia acontecer, ela traçou dois cenários.
"Sabemos que crackers estão coletando milhões de dados, com, talvez, muito mais que 100 milhões de vítimas. Todas estas informações podem cair na internet. Ou um ataque massivo em bancos, em que milhões de contas são compromissadas ao mesmo tempo".
"Um ataque simultâneo como este tornaria a velocidade das transições lentíssima. Seria uma espécie de 11 de setembro das finanças online", compara.
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