terça-feira, julho 26, 2005

No-break defasado tira INPI do ar

Josette Goulart De São Paulo - 26.07.2005

O sistema eletrônico do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)
ficou fora do ar durante o dia de ontem e levou o vice-presidente do
instituto, Jorge Ávila, a suspender os prazos dos processos até que todos os
problemas técnicos estejam resolvidos. Além do site, de onde se faz a
consulta à revista de propriedade intelectual - uma espécie de diário
oficial do instituto -, o acesso ao sistema de emissão de guias de
recolhimento também foi afetado.

Já não é a primeira vez que o sistema do INPI fica fora do ar e,
coincidência ou não, os problemas técnicos se tornaram mais freqüentes desde
que a revista passou a ser exclusivamente eletrônica, em meados de junho.
Segundo Jorge Ávila, é uma infeliz coincidência resultante de uma combinação
de freqüentes quedas de energia no Rio de Janeiro e de um no-break velho que
não tem conseguido segurar o sistema no ar. O no-break é aquele dispositivo
ligado ao computador que, no caso de falta de energia, continua alimentando
o equipamento durante o tempo necessário para que os aparelhos sejam
adequadamente desligados. "Depois que o sistema cai, para colocá-lo
novamente no ar leva tempo", diz Ávila.

O sistema fora do ar deixou o já combalido INPI mais exposto a críticas.
Além da já tradicional morosidade que reina no instituto por falta de
pessoal, agora os problemas técnicos preocupam os usuários. O presidente da
Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial, Elias Guerra,
criticou duramente o fato de o INPI, de uma hora para outra, ter deixado de
publicar a revista e tê-la tornado eletrônica. "A Receita Federal levou dez
anos para que os usuários deixassem de entregar suas declarações por meio
físico e o INPI tornou tudo eletrônico de uma hora para outra", disse
Guerra. O agente reclama que é difícil a comunicação com a atual
administração.

O vice-presidente do INPI não mostra sinais de que vá voltar atrás na
decisão de tornar a revista eletrônica e afirma que todos os ajustes estão
sendo feitos para readequar o sistema à nova realidade. A expectativa é a de
que em dez dias o no-break sofra os ajustes necessários. Além disso, há a
previsão de que o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)
entregue até o fim do ano um novo sistema de banco de dados de marcas. E que
até meados do ano que vem o sistema de patentes seja renovado. Segundo
Ávila, o orçamento para esses projetos já está garantido.

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