quarta-feira, novembro 30, 2005

Você já ouviu falar em seqüestro de dados?

Marcos Semola, para o IDG

Não é por acaso que vemos agora esta expressão aplicada ao ambiente
eletrônico. Depois do tradicional seqüestro de pessoas seguido de negociação
e resgate, e do seqüestro relâmpago que priva temporariamente a liberdade do
individuo até que ele retire quantia de dinheiro suficiente para ser
libertado, vemos o mesmo conceito ocorrendo no universo da seguranca
informação.

Esta moderna e criativa forma de extorquir dinheiro em meio eletrônico tira
proveito do alto nível de conectividade das redes, das fragilidades dos
sistemas, da alta produção de informação em meio eletrônico e, na versão
mais avançada, da criptografia.

A dinâmica do golpe compreende do acesso não autorizado ao computador, ora
transferindo dados sigilosos e valiosos da maquina do usuário para a maquina
do seqüestrador, ora codificando os dados na própria maquina do usuário
através de criptografia forte. Isso feito, o conceito do tradicional
seqüestro volta a ser usado, seguido do contato entre o seqüestrador e a
vitima em que e negociada uma condição, comumente uma quantia em dinheiro,
para que a vitima possa reaver o acesso aos seus dados.

Simples e terrivelmente eficaz. No modelo mais avançado do golpe, os dados
sequer são transferidos, copiados ou alterados, são simplesmente protegidos
pelo seqüestrador com criptografia forte o suficiente para que só ele tenha
acesso, mesmo que a vitima tente quebrá-la por forca bruta. E como um tiro
saindo pela culatra ou a tecnologia de seguranca da informação criada para
protegê-lo, sendo usada contra você.

Após o fato consumado, não há muito que fazer, pois o poder de proteção da
criptografia é matematicamente proporcional à chave criptográfica e
algoritmo utilizados e ao poder de processamento dos computadores, que por
vezes, inviabilizam qualquer tentativa de quebra por forca bruta em tempo
hábil.

Relatos isolados sobre o golpe já surgiram na Europa e na América do Norte
em iniciativas amadoras, mas tudo indica que será velozmente difundido nos
próximos anos por seu potencial de gerar dinheiro rápido e com relativa
baixa exposição do seqüestrador, afinal, ele pode estar em qualquer lugar do
mundo, em qualquer rede e em qualquer equipamento conectado à internet.
Acredita-se que o golpe possa se profissionalizar e migrar para o ambiente
corporativo onde o valor das informações é maior e o golpe, supostamente
mais rentável.

Se existem dicas para minimizar o risco de se tornar uma vítima do seqüestro
de dados, elas estão especialmente vinculadas à proteção do sistema, à
proteção da conexão internet, ao comportamento de risco do usuário, evitando
a execução de programas suspeitos e o clique em links desconhecidos, por
exemplo, e claro, ao desenvolvimento do hábito de backup. Chegou mesmo o
momento de usar a contra-inteligencia a serviço do usuário.

Cibercrime já é mais lucrativo que narcotráfico

Nota: tendo a duvidar de determinados números apresentados na mídia
"especializada". Mas esse dado não me causa espanto, afinal esse é o
primeiro passo no modelo de maturidade de qualquer negócio. O próximo passo
vai ser, claro, a organização dos clãs do mal em gangues que hoje já podem
ser vistas aqui e acolá...

Estamos à um passo de pagar imposto por navegação. Um IPVA das linhas de
transmissão...

Por John E Dunn - Techworld, Reino Unido IDG Now!

Os ganhos do crime cibernético, em 2004, excederam os do tráfico de drogas
mundial, afirmou a conselheira do Tesouro dos Estados Unidos, Valeri
McNiven.

Segundo ela, estima-se que os crimes cometidos pela internet - como fraudes,
espionagem corporativa, manipulação de ações, pedofilia, extorsão virtual e
diversas formas de pirataria - geraram 105 bilhões de dólares durante 2004.

Esta é a primeira vez que o cibercrime desbanca o comércio ilegal de drogas
como a atividade criminosa mais lucrativa do planeta.

"O cibercrime está crescendo tão rapidamente que a lei não consegue
acompanhar", disse ela à agência Reuters em uma conferência de segurança
bancária em Riad, na Arábia Saudita.

Além disso, McNiven aponta o crescimento econômico de países em
desenvolvimento, nos quais o policiamento cibernético é ainda precário, como
fator decisivo.

"Quando você encontra roubo de identidades ou corrupção e manipulação de
informação [nos países em desenvolvimento], o problema se torna quase que
mais importante porque os sistemas desses países ficam comprometidos desde o
seu início", avisou ela.

Pólo tecnológico na Cracolândia atrai empresas

Daniela Moreira, do IDG Now!

Mesmo tendo passado apenas pela primeira votação na Câmara dos Vereadores, o
projeto de lei que propõe a transformação da região conhecida como
Cracolândia (próxima à Estação da Luz, no centro de São Paulo) em um pólo
tecnológico já tem cerca de 20 empresas interessadas, segundo deputado
federal Julio Semeghini (PSDB-SP).

O deputado, que faz parte da comissão de Ciência e Tecnologia na Câmara,
elogiou a iniciativa do executivo paulista e afirmou durante um evento da
ABRAT (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação), nesta
segunda-feira (28/11), que dez das principais empresas de software e
serviços do país estão interessadas em migrar para a região.

O projeto, no entanto, ainda está engatinhando. A proposta de revitalização
da área passa por investimentos em segurança e infra-estrutura, para
garantir condições adequadas aos trabalhadores que forem migrar para região,
que hoje enfrenta sérios problemas de violência e degradação.

A idéia consiste em revitalizar a região por meio da construção de novos
prédios e incentivar a criação de espaços de alimentação e áreas para
eventos, atraindo - por meio de incentivos fiscais - não só grandes
companhias de tecnologia, mas associações da indústria e prestadores de
serviços correlatos, como provedores de treinamentos em tecnologia.

"São Paulo possui o maior mercado de empresas de tecnologia, mas perdemos
muitos projetos grandes para outros Estados por falta de articulação",
argumenta Semeghini, apontando a organização em pólos como um importante
fator de competitividade.

Projeto

O projeto, que está sob a responsabilidade da subprefeitura da Sé, foi
aprovado na última quarta-feira (23/11) em primeira votação. A previsão é de
que, até o início de 2006, a matéria seja novamente votada pela Câmara,
partindo então para a fase de sanção e regulamentação.

Quanto aos benefícios fiscais, o projeto propõe redução de 60% no ISS
(Imposto sobre Serviços) - com limite mínimo de 2% - tanto para os serviços
prestados para a construção de imóveis na região quanto para atividades de
análise e desenvolvimento de sistemas, programação, processamento de dados,
assessoria e consultoria em informática, suporte técnico em informática,
entre outros (leia o projeto na íntegra).

Além disso, serão concedidos às empresas que investirem na região redução de
50% do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e redução de 50% do
ITBI-IV (Imposto Sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis) referentes
ao imóvel objeto do investimento.

Por fim, serão emitidos aos investidores em prédios comerciais e residências
na região Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, no valor de 50% do
valor investido. Para as empresas de serviços, o certificado será de 80%.

Este valor poderá ser investido no pagamento de impostos como IPTU, ISS e
ITBI, e também poderá ser usado para carregar bilhete único dos funcionários
da empresa.

A redução fiscal será válida por 10 anos e os Certificados de Incentivo
terão validade de cinco anos.

Plano de ocupação

De acordo com Antônio Zagatto, assessor da subprefeitura da Sé, a ocupação
efetiva da área pelas empresas depende da iniciativa privada, mas a
expectativa é de que leve um tempo médio de três anos.

"Já deslocamos recursos do orçamento para limpeza, segurança e para a
questão da ocupação dos prédios na região", diz o assessor.

A zona de incentivo possui cerca de 150 m2 e o perímetro é formado pelas
ruas Duque de Caxias, Mauá, Casper Líbero, Ipiranga e Rio Branco.

Para incentivar a ocupação e prover informações sobre o projeto, a própria
subprefeitura pretende instalar um escritório dentro do perímetro, assim que
a Câmara aprovar definitivamente a matéria.

A ABRAT também manifestou a intenção de migrar para a região, no prazo médio
de dois anos.

"A idéia não é só aproveitar os benefícios fiscais, mas estar onde as
empresas do setor estarão", explica Marcos Gomes, presidente da associação.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Educação industrial que ensina a operar software

Estamos educando gerações de autômatos, especialistas em operar tecnologia
mas que não foram ensinados a pensar e criar. Quando a tarefa exige
improvisação, travam. Com direito a "bluescreen".

Daniela Castilho
Estou trabalhando desde agosto em uma associação cultural voltada para
cinema (Educine) e tenho ministrado cursos de direção de arte em cinema
desde maio. Meu trabalho envolve conviver diariamente com jovens de até 24
anos de idade.

É interessante o contato com as "novas gerações tecnológicas" que sabem usar
todo tipo de equipamento desde o nascimento – meu sobrinho de três anos já
sabe comandar o controle remoto do DVD player – e que em plena adolescência,
já têm conta no Orkut, e-mail, blog, website e toda a parafernália
eletrônica imaginável.

Pela segunda vez na vida, estou tendo a oportunidade de observar de perto o
"choque de gerações" em torno da tecnologia.

Eu me recordo como minha mãe apanhava do controle remoto quando compramos o
primeiro videocassete, ou como considerava ininteligível a seqüência de
botões necessária para esquentar água quando compramos um microondas.

Minha mãe, entretanto, adaptou-se rapidamente ao uso de tecnologia e hoje
não apenas sabe usar todos os eletrodomésticos existentes como também todos
os recursos de seu computador. Faz planilhas Excel, lê e envia e-mails,
imprime numa loja expressa as fotos dos netos que chegam pela internet.
Minha mãe adaptou-se à era da tecnologia e, socióloga formada com mais de 20
anos de experiência profissional, faz todos os seus estudos de impacto
social e urbanização para as consultorias onde trabalha devidamente
aparelhada com tecnologia.

Qual é o novo choque de gerações? É muito parecido com o anterior, mas
piorou muito. Os jovens sabem operar todo tipo de maquinário, com máximo
conhecimento do "como fazer" mas não estão mais desenvolvendo a capacidade
que sempre foi utilizada como argumento para distinguir os seres humanos das
demais espécies animais: raciocínio lógico e criativo.

Os mais velhos ainda sofrem um pouco para acompanhar a tecnologia, mas
permanecem imbatíveis em capacidade analítica, raciocínio sofisticado.
Enfim, pensam e pensam bem. Os jovens não estão mais sendo ensinados a
pensar.

Vamos a alguns exemplos.

Fui dar uma palestra de direção de arte. O computador onde escrevo nesse
exato momento é um jurássico Pentium III 800 que tenho há alguns anos. Para
mim, cumpre as funções que necessito: envia e recebe e-mails, permite que eu
digite textos, permite que eu execute alguns softwares gráficos. Para a
minha palestra, entretanto, precisei de apresentações digitais estilo
"powerpoint arrojado". Não sei fazê-las. Saí consultando alunos, colegas de
trabalho e amigos. Alguns me sugeriram usar o bom e velho Powerpoint – mas o
resultado não é tão sofisticado visualmente quanto eu gostaria. No final, a
solução veio de um aluno, que montou a apresentação usando um Macintosh, uma
das tecnologias mais "mudééérnas", sofisticadas e aplaudidas existente, que
tem até grife.

Entretanto, apesar da boa vontade mostrada no trabalho por todos os
participantes faltou um ingrediente importantíssimo no resultado: pesquisa e
criatividade. Em bom português, faltou usar o "telencéfalo desenvolvido" –
imortalizado por Jorge Furtado em seu "Ilhas das Flores" - apesar de que o
"polegar opositor" foi amplamente utilizado no processo com a máxima
competência.

Uma das coisas que eu queria para a minha apresentação audiovisual na
palestra era um slideshow que mostrasse uma comparação entre as ilustrações
originais feitas para os livros de Tolkien, as artes conceituais feitas para
o filme de Peter Jackson e fotos das cenas do filme. A idéia era mostrar
como a equipe de arte do filme, liderada pelos ilustradores John Howe e Alan
Lee, conseguiu transformar desenhos que ilustram os livros há décadas em
imagens reais.

Passei uma série de links na internet onde poderiam ser capturadas essas
imagens para uma das pessoas que iria a apresentação. Uma semana depois a
resposta que recebi foi de que estava muito complicado encontrar as imagens
que eu precisava. Acabei dando a palestra sem esse material, substituído de
forma sofrível por um trecho do documentário do making-off do filme, que não
mostrava o que eu queria.

Mas eu sou uma pessoa muito teimosa. Eu quero mostrar esse tipo de material
em futuras palestras, porque é o recurso didático ideal e deixa claro como
funciona o trabalho de pesquisa e realização da direção de arte em cinema.
Então, sentei-me ao meu computador jurássico e comecei a pesquisar nos
mesmos links que eu havia enviado para o meu aluno.

Depois de quase quatro horas de navegação, consegui baixar todas as imagens
que preciso. O próprio site oficial do filme me forneceu a idéia perfeita de
como compor as imagens, colocando-as juntas por grupos em telas criadas em
software gráfico.

Assim que terminei a tarefa, sentei-me e pensei. Meu aluno estava com a
máxima boa vontade. Tem toda a tecnologia necessária para a tarefa, tinha os
links... o que faltou? As imagens que eu queria estavam nos links que
forneci, mas precisava pesquisar um pouco dentro dos sites. A informação não
estava "digerida", não estava pronta para consumo, precisava de elaboração.
Faltou ao meu aluno o conhecimento formador: como realizar uma pesquisa em
uma fonte de informações, como reunir o material, listá-lo, catalogá-lo e
como criar com o material encontrado para produzir as telas de uma
apresentação. O que meu aluno sabe fazer bem é usar a máquina, usar os
softwares. Quando a tarefa escapa para o campo do raciocínio lógico e
criativo, a tarefa se torna "difícil" porque é necessário digerir e
elaborar!

Só para confirmar minha descoberta, dei um telefonema para outra aluna
minha, que tem trabalhado muito comigo e está em fase de entrega de TCC na
faculdade. Conversamos pelo telefone. Ela está atolada de trabalho, porque
tem que formatar textos, compor diagramações, imprimir ilustrações e
gráficos.... Ficamos uma hora no telefone e eu fiz várias perguntas sobre
seus colegas de faculdade.

A conclusão? Estamos educando gerações de autômatos, extremamente
especialistas em operar tecnologia mas que não foram ensinados a pensar nem
a criar. Só sabem aplicar fórmulas já conhecidas, só sabem memorizar dados e
executar tarefas. Quando a tarefa exige um mínimo de improvisação ou um
raciocínio um pouco mais sofisticado eles travam, com direito a
"bluescreen".

A culpa é toda nossa. Nós nos rendemos ao fascínio da tecnologia. Nós
aderimos ao mecanismo industrial da fabricação em série, sem preceber o
tamanho o prejuízo. Os anúncios de emprego hoje pedem pessoa que saiba
operar esse e aquele software, essa e aquela máquina. Que aquele ou esse
diploma são desejáveis.

Atendendo à demanda, transformamos a educação em um processo industrial que
ao final fornece o tão desejado diploma, que cuida bem do "polegar
opositor", ensina a "operar coisas"... mas que não mais desenvolve a
capacidade mais importante que fez com que realmente nos diferenciássemos
dos demais primatas: o "telencéfalo desenvolvido", a capacidade de
raciocínio e criatividade. E viva Metrópolis!

Vamos ter que correr atrás do prejuízo, senhores. [Webinsider]

quarta-feira, novembro 23, 2005

E-mail de empresas é usado para fins pessoais

Nota: Essa é novidade!

Terça-feira, 22 novembro de 2005 - 18:29 (IDG Now!)

Cerca de 75% dos trabalhadoes usam seus e-mails corporativos para enviar
mensagens com piadas, fotos, vídeos e outros conteúdos não relacionados ao
trabalho, segundo pesquisa realizada pela The Radicati Group para a
Mirapoint, que vende tecnologia para e-mails seguros.

Outros 12% das pessoas pesquisadas, que ouviu 363 pessoas de forma online em
setembro, disseram que compartilham arquivos de música por meio dos e-mails
corporativos.

Por outro lado, 97% das pessoas pesquisadas disseram que têm contas de
e-mail pessoais e 62% deste universo mandam mensagens de negócios por este
e-mail.

O diretor de marketing corporativo da Mirapoint, Craig Carpenter, afirmou
que o uso de contas pessoais para assuntos das empresas pode expor os
empregadores a uma série de riscos e classificou como alarmante a situação.

Exportação deve estacionar em 2006

Raquel Landim De São Paulo (Valor Econômico)

Depois de crescer em ritmo vertiginoso desde o início do governo Lula, as exportações brasileiras tendem à estabilidade em 2006. O Valor ouviu 14 dos maiores segmentos exportadores do país: automóveis, autopeças, aviação, têxtil, calçados, máquinas e equipamentos, siderurgia, petróleo, celulose, mineração, carne bovina, carne de frango, soja e açúcar. Juntos, eles vão responder por vendas externas de US$ 73 bilhões em 2005, 63% do total.

Entre os 14, cinco segmentos esperam elevar as exportações em 2006, mas três esperam queda e seis só esperam repetir o resultado deste ano. A expectativa de estagnação em níveis próximos a 2005 decorre de fatores como alta do dólar, queda do preço das commodities, menor demanda externa, maior consumo interno e barreiras sanitárias. Quem espera alta, não vai além de 10%.

Em 2002, os embarques brasileiros cresceram apenas 3,7%. Desde então, acumularam expressivos 21% em 2003, 32% em 2004 e devem encerrar 2005 em US$ 117 bilhões, com mais de 20% de alta. Esses resultados refletem duas fortes desvalorizações cambiais vividas pelo país, em 1999 e 2003.

Para 2006, o quadro é menos otimista mesmo considerando alguma recuperação cambial. O mercado projeta um câmbio de R$ 2,48 para o final de 2006, uma desvalorização de 8,7% em relação à projeção para o final de 2005. A MS Consult vê queda de 1,7% nas exportações. A MB Associados trabalha com alta de 6%, o que elevaria as vendas externas para US$ 124 bilhões. Fábio Silveira, sócio-diretor da MS Consult, aposta em queda das exportações de carnes, por conta do embargo à carne bovina, baixa nas vendas de produtos petroquímicos, provocada pelo aumento da demanda interna, e queda nas vendas de produtos siderúrgicos pelo recuo do preço do aço.

As previsões contemplam alta das importações, o que reduziria o saldo comercial do próximo ano. A MB Associados trabalha com compras de US$ 88 bilhões e saldo de US$ 36 bilhões em 2006. A MS Consult projeta superávit de US$ 35 bilhões e importações que subiriam de US$ 74 bilhões para US$ 80 bilhões em 2006. "Ainda assim será um resultado expressivo, que garante o equilíbrio das contas externas do país", diz Silveira.

Para Sérgio Vale, economista da MB Associados, o saldo da balança comercial só será significativo em 2006 porque o crescimento da demanda externa, ainda que menos robusto do que o deste ano, deve influenciar mais o comportamento das exportações brasileiras do que a valorização cambial.

A Embraer informou que pretende vender 145 aviões para o exterior em 2006. É o mesmo volume de jatos que devem ser embarcados nesse ano. "O volume é o mesmo, mas os preços podem ser um pouco melhores", avalia Pedro Galdi, analista de investimentos do banco ABN Amro. Ele explica que a empresa passará a exportar sua nova "família" de aviões, maiores e, portanto, mais caros. Galdi estima aumento de 10% na receita da Embraer com exportações.

Setores intensivos em mão-de-obra, como têxteis e calçados, estão entre os que mais sofrem com a recente queda do dólar, que já ronda R$ 2,20. Fernando Pimentel, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) projeta estabilidade para as exportações do setor em 2006. Esse ano, os embarques devem chegar a US$ 2,1 bilhão, mesmo nível de 2004. Além do câmbio, o fim do controle do comércio mundial de têxteis por meio de cotas acirrou a concorrência com a China. "A situação é mais complicada para o setor de vestuário, que possui maior valor agregado", diz Pimentel.

Esse ano, o Brasil deve exportar US$ 8 bilhões em máquinas e equipamentos, obtendo pequeno superávit de US$ 100 milhões no setor, que é tradicionalmente deficitário, segundo projeções da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Para Newton de Mello, presidente da entidade, o câmbio deve provocar queda nas exportações do setor em 2006. "Os fabricantes de máquinas não estão procurando novos mercados", diz ele, acrescentando que há defasagem média de quatro meses entre fechar o negócio e exportar o produto.

Osmar Zogbi, presidente da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa) projeta para 2006 o mesmo patamar de exportações desse ano. Os embarques do setor devem atingir US$ 3,4 bilhões. Ele explica que a produção de celulose deve aumentar cerca de 5% em 2006, passando de 10 milhões para 10,5 milhões de toneladas. Mas também está prevista alta no consumo de papel no mercado interno, com o crescimento um pouco mais acelerado da economia.

Independente do atual patamar do câmbio, o setor exporta 50% de sua produção de celulose e 20% da produção de papel. "Só que com o dólar baixo, os resultados das empresas são piores em reais, o que posterga os investimentos. Eles vão ocorrer, mas não na velocidade que gostaríamos", diz Zogbi.

Registros de keyloggers batem recorde em 2005

O número keyloggers descobertos por empresas de segurança durante o ano de
2005 foi de 6 191, um valor 65% maior que o registrado em em 2004, quando 3
753 keyloggers foram detectados.

A informação foi dada pela iDefense, grupo de inteligência em segurança
digital, e pela Verisign. Se comparado com os números do ano 2000, quando
300 keylogger foram descobertos, a taxa de aumento sobe para 1964%.

Keyloggers são pequenos programas intrusos, que se aproveitam de
vulnerabilidades de sistemas operacionais e browser para se instalarem
silenciosamente em micros. Eles registram as teclas que o usuário usa
durante a digitação e roubam senhas e informações pessoais.

Uma das razões apontadas pelas empresas de segurança como justificativa para
este boom de keylogger é a possibilidade de ganhar dinheiro, já que este
tipo de intruso é capaz de descobrir e gravar informações como número de
conta bancária, senhas e informações confidenciais de uma companhia.

Internet banking dobra risco de fraude, diz estudo

Nota: no meu entender, o mau uso da Internet por parte do usuário dobra o
risco de fraude.
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Documento da empresa de pesquisa Synovate sugere que o uso da internet para
transações bancárias duplica o risco de fraudes eletrônicas.

O relatório também indica que um em cada dez brasileiros que movimentam
contas bancárias e possuem cartões de crédito já foi vítima de roubo de
identidade.

O que os brasileiros mais temem em internet banking são problemas
relacionados à segurança pessoal, indicado por 36% da amostra. Para 15%, a
preocupação maior é entender as ocorrências anteriores de fraudes, assim
como a necessidade de substituir ou cancelar cartões.

Perda de dinheiro com fraudes aparece na lista com 12%, seguida pela
preocupação de 9% de que terceiros possam saber informações pessoais. Perda
de tempo e gasto de esforços para resolver problemas derivados disso foram
mencionados por 8% e 5% disseram ter medo de que o fraudador cometesse
crimes com suas identidades.

O Brasil é o terceiro país com mais vítimas desse tipo de crime. Os Estados
Unidos lideram a lista com 17%, enquanto o Reino Unido vem em segundo, com
11%.

Entre os brasileiros, 70% dos entrevistados declaram ter "grande"
preocupação com as fraudes, 21% disseram ter preocupação "moderada" e 9%
afirmaram não ter nenhum tipo de preocupação.

A maioria dos brasileiros entrevistados acha que os bancos deveriam tomar a
iniciativa de fornecimento de informações sobre suas políticas de segurança
e sobre os golpes de phishing scam. Dos entrevistados, 72% nunca receberam
informações sobre esses crimes por parte de sua instituição financeira.

A pesquisa entrevistou mais de oito mil pessoas em países como Brasil,
Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, México, Hong Kong e
Austrália. No Brasil, foram ouvidas 996 pessoas em agosto deste ano.