sexta-feira, agosto 26, 2005

Doe seus PCs velhos, mas não as informações

Cuidado com a sucata tecnológica: ao descartar PCs usados em sua empresa, é
item de segurança usar um programa que garanta que o conteúdo dos discos
rígidos não possa ser recuperado.

Henrique Barreto Aguiar

A popularização dos PCs ou computadores pessoais, nos últimos 20 anos,
aliada às constantes evoluções no poder de processamento e na capacidade de
memória dos micros gerou a rápida obsolescência desses equipamentos, que são
descartados na mesma velocidade.

Entretanto, o descarte de micros antigos além de criar um lixo tecnológico
que assume, a cada dia, enormes proporções, fez surgir um problema ainda
maior e que, ao contrário do que se poderia pensar, não se relaciona com o
acúmulo de sucata, mas sim, com o que ela contém.

De fato, muitos empresários estão entregando informações confidenciais na
mão de bandidos sem sequer suspeitar. Na verdade, a maioria das pessoas não
sabe que é possível recuperar praticamente 100% dos dados que foram apagados
dos computadores, mesmo que o HD ou disco rígido tenha sido formatado.

E assim, sem saber, pessoas – físicas ou jurídicas –, jogam fora, doam ou
vendem “baratinho” dados sigilosos ou até pessoais. E, em tempos de
informações críticas, que valem muito dinheiro e custam até a sobrevivência
das companhias, o lixo nunca foi tão valioso.

Até hoje, proteger as informações compreendia a utilização de soluções como
os antivírus e firewalls. O setor corporativo, já há algum tempo, adota
medidas de segurança direcionadas a redes e a conteúdos. Porém,
infelizmente, ninguém pensou em tratar as informações deixadas nos
computadores usados. O problema é que a maioria das organizações desconhece
não apenas os riscos de segurança de dados associados ao maquinário para
descarte, como também os sistemas disponíveis que conseguem apagar
permanentemente estas informações. Desta forma, as companhias deixaram uma
brecha imensa para que espiões obtenham dados críticos.

É importante frisar que as práticas e ferramentas utilizadas atualmente para
apagar dados – deletar e re-formatar o HD – permitem fácil recuperação. Os
comandos ‘Delete’ e 'Format’ afetam apenas o arquivo FAT – File Allocation
Table. O resíduo do HD fica intacto. Assim, a recuperação de dados é muito
fácil. E, o mais temerário é que esta recuperação é extremamente eficiente,
entre 90 e 100% de sucesso, além de ser rápida e barata, já que existem
muitos softwares de recuperação de dados disponíveis.

Vejamos, dentro destes micros descartados e com os quais ninguém mais se
preocupa, todas as informações que um dia foram armazenadas podem ser
restauradas. Para que fins? Ora, não sejamos ingênuos. Quem se dá ao
trabalho de recuperar dados é porque quer ter alguma vantagem com tais
informações. Mas, na maioria das vezes, utilizam para fins maliciosos ou
comerciais.

Por isto, é plausível dizer que a sucata tecnológica é muito valiosa. Contém
arquivos recuperáveis como planejamentos financeiros completos; informações
sobre pacientes; dados pessoais, número de contas e de cartão de crédito;
andamento de processos judiciais, além de pesquisas e desenvolvimento de
produtos, que absorvem investimentos da ordem dos milhões de dólares.

E, embora seja uma violação dos direitos do dono das informações é preciso
reconhecer que quem se apropria delas, nem mesmo pode ser enquadrado como um
ladrão, já que não houve roubo. Pelo contrário, este conteúdo foi comprado;
jogado no lixo, literalmente, ou ganhado. Mas, antes de se travar uma
discussão jurídica do assunto, sem dúvida necessária, o melhor mesmo é
prevenir. Afinal, estamos falando de arquivos secretos ou pessoais que podem
cair em mãos erradas.

E, como é fácil supor, as conseqüências são desastrosas. Basta imaginar que
os dados confidenciais , obtidos por meios ilícitos de recuperação de dados,
podem destruir o relacionamento com clientes ou parceiros, além de acarretar
complicações judiciais. É evidente que a exposição de informações sigilosas,
implica, além de tudo, no descumprimento de obrigações legais previstas em
contrato, em cláusulas de confidencialidade. Mesmo que não seja intencional,
causa prejuízos e, portanto, enquadra-se na categoria de ‘culposo’, o que
deve obrigar o setor corporativo, cada vez mais, a adotar políticas de
segurança que incluam o tratamento dos computadores usados.

Para se precaver já existem softwares capazes de “limpar” permanentemente o
HD. Estas soluções são conhecidas pelo nome genérico de Trituradores
Digitais e são baseadas em um programa que atua no disco rígido e em suas
divisões. Usa um método de escrever sobre o que estava escrito, de forma a
tornar os dados contidos anteriormente irrecuperáveis. Estas soluções são
extremamente eficientes e podem garantir proteção efetiva. Além disso, esse
“triturador digital”, é extremamente fácil de usar e pode ser incorporado
nos procedimentos de segurança da empresa, mesmo em grandes corporações, sem
acarretar maiores demandas.

Apenas para servir de alerta, é bom lembrar que a sucata tecnológica já
causou vários problemas. Quem não se lembra do portfólio financeiro de Paul
McCartney, que foi parar na internet, depois de ter sido resgatado de um
micro descartado pelo ex-Beatle?

Outro caso bastante conhecido foi o da recuperação, pelo FBI, dos e-mails
deletados, trocados entre o ex-presidente Clinton e Mônica Lewinsky. Até
documentos ultra-secretos pertencentes ao governo australiano foram
recuperados de um computador usado. Outro caso foi a reprodução de um
registro detalhado de 300 pacientes, a partir de dados que estavam
armazenados num computador de segunda-mão.

Assim, vale ressaltar que softwares “trituradores digitais” devem ser usados
antes de se devolver um computador alugado; antes de doá-lo, vendê-lo ou
enviá-lo para a manutenção e, até mesmo, quando o micro muda de mãos dentro
da empresa. Apenas desta forma, o lixo tecnológico será somente sucata.
[Webinsider]

quinta-feira, agosto 18, 2005

Entrevista James C. Hunter: Com lições de liderança, autor de "O Monge e o Executivo" é o escritor que mais vende no Brasil

O homem que bateu o "Código Da Vinci"
Por Andrea Giardino De São Paulo

Foto: Fabiano Cerchiari/Valor

Hunter: "Ter capacidade para executar não significa que você seja líder; o
líder é visto como um inspirador, que transforma as pessoas em profissionais
melhores"
Fenômeno do momento no mercado editorial brasileiro, "O Monge e o Executivo"
(Editora Sextante/GMT) também se transformou em uma verdadeira febre no
mundo corporativo. Com seus ensinamentos, o livro está virando uma espécie
de bíblia para alguns profissionais e diversas empresas passaram a
distribuí-lo para seus funcionários, a exemplo da Gerdau, do Banco Itaú e da
Petrobras Transportes.

Pouco mais de um ano após ter sido lançado no Brasil, o livro atingiu a
impressionante marca dos 280 mil exemplares vendidos. Por semanas
consecutivas, ocupa o primeiro lugar da lista dos mais vendidos publicada
pelo Valor. De fevereiro para cá, já ultrapassou o "Código da Vinci" -
também da Sextante, um dos maiores sucessos mundiais do gênero ficção - em
unidades mensais vendidas pela editora.

Nos últimos 20 dias, foram vendidos 50 mil exemplares, numa carreira
ascendente. Em fevereiro, a média era de 20 mil unidades/ mês. Graças ao
título, a editora teve 20% de aumento na receita. "É um fenômeno, pois é
dirigido ao mundo dos negócios, en quanto 'O Código Da Vinci' é voltado para
todos os segmentos. Foi uma surpresa", observa Marcos Pereira da Veiga,
diretor da Sextante.

O êxito de "O Monge e o Executivo" pode ser explicado para além da
atratividade da obra. Livros do gênero de negócios se multiplicam a um ritmo
duas vezes mais rápido do que o mercado editorial como um todo. As obras
especializadas no setor cresceram 5% de 2002 para 2003, enquanto o mercado
editorial aumentou apenas 2%, de acordo com pesquisa da Câmara Brasileira do
Livro (CBL). No ano passado, o vigor se manteve, com a ampliação de cerca de
5% da participação de livros do gênero no total do mercado, em relação ao
ano anterior.

"O Monge e o Executivo" foi escrito por um autor praticamente desconhecido
do público brasileiro, o consultor americano James C. Hunter, deixando para
trás renomados gurus do universo dos negócios, como Jack Welch, autor de
"Paixão por Vencer - A Bíblia do Sucesso" (Campus/Elsevier), em terceiro
lugar na lista dos mais vendidos do Valor.

Acredita-se que todo esse sucesso deve-se ao fato de Hunter pregar um modelo
de liderança mais humanizado, com amor e autoridade, e não com o uso do
poder. "Quando você usa o poder, obriga as pessoas a fazerem sua vontade",
diz. "Com autoridade, as pessoas fazem o que você deseja, de forma
espontânea."

Em visita esta semana ao Brasil, Hunter concedeu entrevista ao Valor, na
qual fala sobre a filosofia do líder que serve e inspira suas equipes, o
porquê de amar os colegas de trabalho e os ensinamentos de grandes líderes
da história. Leia, a seguir, os principais trechos.

Valor: O livro conta a história de um executivo que vai para um mosteiro
beneditino em busca de soluções para seus dilemas pessoais e profissionais.
Que tipo de experiência esse profissional pode adquirir com a figura do
monge?

James C. Hunter: Antes de tudo, aprender a ser um líder. Por comandar uma
determinada congregação, o monge sabe lidar com o outro. E usando não o
poder e sim a autoridade. Quando você usa o artifício do poder, acaba
obrigando as pessoas a fazer sua vontade por imposição. Com autoridade, as
pessoas fazem o que você deseja por meio de sua influência.

Valor: Essa questão de influenciar pessoas na obra está ligada à figura de
Jesus Cristo. O que os líderes podem aprender com ele?

Hunter: Liderar é influenciar. E nesse ponto Jesus tinha uma capacidade
imbatível. Há dez anos, quando comecei a pensar em tudo isso, descobri outro
conceito pregado por ele, de que liderar é servir. Para mim era algo difícil
de entender, porque a função do servo se confundia com a do escravo. Mas
percebi que servir é a capacidade de identificar e reconhecer as
necessidades dos outros, satisfazendo-as. Vale ressaltar que satisfazer não
significa atender aos desejos pessoais.

Valor: Qual é o verdadeiro líder na sua opinião?

Hunter: É aquele que, além de tudo isso, tem compaixão, honestidade,
comprometimento e vontade de melhorar tanto a si mesmo quanto às pessoas que
estão em sua volta. É preciso deixar claro também que há um diferença entre
quem lidera e quem gerencia. Ter capacidade para executar não significa que
você seja um líder. O líder é visto como um inspirador, que transforma as
pessoas em profissionais melhores. Ao contrário do que se vende por aí nos
cursos de MBAs, que têm o foco muito mais nas habilidades gerenciais dos
executivos do que a liderança em si.

Valor: Os cortes nas empresas e a concentração de trabalho têm provocado uma
grande insatisfação das pessoas. Qual a sua visão sobre esse cenário?

Hunter: Algumas pesquisas recentes realizada nos Estados Unidos mostram que
há uma grande rotatividade entre a nova geração de profissionais. Cerca de
dois terços das pessoas que mudam de emprego saem por causa de seus chefes e
não por problemas na empresa. Quem falha é o chefe, que peca pela falta de
liderança e pela incapacidade de inspirar o profissional a permanecer na
companhia. Vejo que algumas organizações começaram a perceber isso nos
últimos anos e passaram a investir não apenas em ter ótimos gerentes ou
administradores, mas em ter bons líderes.

Valor: O senhor prega em "O Monge e o Executivo" o amor entre o líder e seus
subordinados. De que forma isso pode ser aplicado nas corporações, sem que
pareça algo piegas?

Hunter: Questionei por várias vezes a idéia de incluir o tema nos assuntos
ligados à liderança. Temi ser mal interpretado, mas encontrei dificuldade em
manter de fora a questão. Todos os maiores líderes da história com que me
deparei quando desenvolvia meu livro estavam ligados a ações ligadas ao
amor, como Jesus Cristo, Madre Teresa de Calcutá e Ghandi. A definição
clássica de amor é mais associada a sentimento. Mas ela significa respeitar
o próximo, procurar o melhor de cada pessoa.

Valor: Para o senhor, a que se deve o sucesso de seu livro?

Hunter: A urgência de mudanças no mundo dos negócios é consenso entre as
empresas e os executivos. É preciso mudar porque os resultados não são
satisfatórios e a capacidade de manter talento na empresa está mais difícil.
Além disso, o custo de buscar novos talentos também ficou mais alto. As
companhias despertaram para a importância de se ter uma boa liderança,
peça-chave para o futuro dos negócios. E é tudo isso que procurei retratar
em meu livro.

Firewalls cannot block stupidity

quarta-feira, agosto 17, 2005

Estudos indicam que um bom relacionamento com acionistas e com o mercado valoriza empresas e reduz os custos de captação

A governança compensa?
Por Catherine Vieira Do Rio (Valor Online)

Para quem ainda tinha dúvidas se a governança realmente valoriza as
companhias e ainda temia que os bons resultados inicialmente encontrados em
função das boas práticas fosse uma maré passageira, os mais recentes estudos
não deixam dúvida. Pesquisas feitas com as empresas que efetivamente foram
negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo nos anos 2003 e 2004 tiram o
ponto de interrogação do título. Segundo os trabalhos acadêmicos mais
recentes, o respeito aos acionistas já oferece com certeza uma recompensa,
que é o aumento do valor da empresa. Um dos trabalhos, de Alexandre di
Miceli, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), revela que
uma mudança do pior para o melhor nível de governança resulta num aumento de
85% a 100% na capitalização de mercado da companhia. A capitalização
corresponde ao valor da cotação multiplicado pelo número de acionistas. É um
indicador que representa o valor das empresas listadas. Por conta disso, é
possível concluir que a evolução das práticas de governança também leva ao
aumento do mercado como um todo.

No começo, o temor era de que as evidências encontradas em outros mercados
entre as boas práticas de governança corporativa e o aumento do valor da
companhia não se repetissem no Brasil. Os estudos locais que avaliaram os
efeitos das primeiras evoluções das empresas brasileiras rumo a um melhor
relacionamento com os acionistas foram animadores. "No entanto, a maior
parte dessas primeiras pesquisas só analisavam a correlação entre alguns
aspectos isolados de governança e seu impacto na geração de valor para a
companhia", diz Miceli.

Agora, diz o especialista, começa a se consolidar a primeira leva de
trabalhos que mostra uma relação concreta e forte entre a boa governança e a
valorização da companhia. Um dos primeiros estudos que mostraram essa
ligação foi o do professor Ricardo Leal, da Coppead UFRJ, que elaborou um
quadro no qual listava as principais boas práticas e verificou que cada
ponto que a empresa cumpria equivalia a um aumento de 6,8% no valor de
mercado das ações.

A pesquisadora Flavia Padilha também acaba de concluir um trabalho de
mestrado pelo IAG PUC-Rio no qual buscou verificar quais seriam os
benefícios obtidos com a adoção de boas práticas de governança corporativa
no caso das empresas brasileiras. Importante ressaltar que o estudo da
pesquisadora toma como base dados de cerca de 200 empresas listadas e
negociadas em bolsa no ano de 2004, ou seja, já num momento mais recente. Os
principais focos da tese foram justamente a relação entre boas práticas e o
aumento do valor, por um lado, e a redução do custo do capital, por outro. O
trabalho enfatizou a transparência dada pela companhia e as características
do Conselho de Administração, tomando como parâmetros as recomendações
presentes nos códigos de boa governança.

"Os resultados para essa amostra de empresas em 2004 apresentam uma relação
estatisticamente significante entre o valor das companhias e os aspectos
relacionados às práticas de governança como, por exemplo, a boa comunicação
com o mercado por meio do Índice de Governança Corporativa (IGC)", diz
Flavia. "Com relação ao custo de capital próprio, no entanto, a análise
quantitativa dos dados foi pouco conclusiva", completa.

Apesar disso, segundo a pesquisadora, é possível encontrar indícios da
redução do custo de captação de recursos no mercado e pode-se verificar que
os novos aspectos trazidos pela bom tratamento aos acionistas minoritários
influenciam a dinâmica empresarial no Brasil. "Novas formas de governança,
especialmente as decorrentes do controle acionário compartilhado têm ocupado
espaço crescente no país", diz a pesquisadora. "Isso faz com que a discussão
da governança passe a ser mais relevante porque os diversos controladores
precisam de mecanismos para monitorar o desempenho dos gestores da
companhia."

Para Flavia, o capital de risco tende a se tornar uma fonte de recursos não
apenas menos onerosa, mas também mais adequada do ponto de vista da
governança financeira, para financiar os investimentos. "Existe uma
correspondência entre as estruturas de governança corporativa e financeira
decorrentes das mudanças sofridas pelas empresas na economia brasileira",
disse Flavia, acrescentando, no entanto, que o assunto deverá ser tema de
outros estudos.

Em seu estudo, o pesquisador di Miceli, do IBGC, procurou testar a
influência dos mecanismos de governança agrupados e não isoladamente. Para
isso, procurou testar a hipótese em diversos modelos econométricos. Ele
analisou 154 companhias não financeiras que tinham liquidez em 2002.

Segundo Miceli, a maior parte dos trabalhos anteriores procurava averiguar
se o valor de mercado das empresas era determinado por mecanismos internos
ou externos (de governança). "Ao analisar os aspectos isoladamente, não se
podia verificar uma influência isolada de cada prática, sendo que algumas
podem ter sinergias", explica Miceli.

O especialista não analisou neste trabalho o impacto da governança nos
custos de captação, mas esse é o tema de um outro estudo, que já está em
fase final. "Estou analisando não apenas o custo de capital próprio, mas
também de terceiros", diz. "Uma parte da pesquisa avalia a relação entre a
qualidade da governança e os ratings de crédito da companhia, por exemplo",
conta ele. "Intuitivamente, a relação com custo de capital menor parece
existir, mas terei em breve um embasamento mais concreto sobre isso",
conclui.

http://www.valoronline.com.br/veconomico/?show=index&mat=3215044&edicao=1163
&caderno=91&news=1&cod=50f3bacd&s=1

MD5

The media has once again created controversy by overstating a court
decision. (this one:
http://www.news.com.au/story/0,10117,16204811-1242,00.html) The court case
was lost not due to the use of MD5, it was lost due to RTA's inability to
"find an expert" to prove the pictures were not tampered with after they had
been taken. This means one or more of the following conditions occurred:

- they actually couldn't find anyone (although it's unlikely)

- they couldn't find anyone that could explain MD5 in simple terms that
would indicate that the liklihood that the traffic infraction actually
occurred. Hint: think DNA evidence. You will always hear "probabilities"
discussed when lawyers discuss DNA. Yes, there are collisions in MD5 number
space. The probability of forgery goes down very fast if that "collision"
has the same MD5 hash, looks like a picture, of the intersection in
question, with the defendant's car passing through it, with the defendant's
license plate in view, with the camera's timestamp (and other) data embedded
in the picture.

- the prosecution was unable to display the chain of evidence, in the form
of being unable to prove when the MD5 hash was generated. The hash being
embedded in the picture may actually cause a problem because it means that
the picture was changed after it was taken, by the camera itself. However,
this is a procedural problem, not a technical one, and would translate into
the prosecution not being able to find anyone willing to take an oath to
assert/support the accuracy of the data.

I doubt that MD5 hashing of traffic pictures will cease. Rather, I believe
that how they're presented in court will change.