quarta-feira, dezembro 21, 2005

Auditores apontam fraudes em cinco empresas da Varig

Raquel Balarin e Vanessa Adachi, Janaina Vilella e Catherine Vieira De São
Paulo (Valor Online)

Auditorias no grupo Varig entre 2003/04 indicam que, em apenas quatro anos,
a partir do fim dos anos 90, a companhia teve perdas de R$ 160 milhões em
negócios realizados por cinco controladas: Varig Log, Varig Travel, Varig
Agropecuária, Rotatur e Tropical de Hotéis.

O período coincide com a fase em que o principal dirigente do grupo era
Yutaka Imagawa, afastado em meados de 2003. A investigação foi feita a
pedido do conselho de curadores da Fundação Ruben Berta, que assumiu o
comando do grupo após sua queda. Embora o levantamento, conduzido em
diferentes etapas por Ernst & Young, Kroll e Demarest & Almeida, tenha sido
concluído em 2004, seu resultado permanecia em segredo até agora. Imagawa
refuta as acusações. "Se teve algum executivo da Varig que nunca se
locupletou, fui eu", afirma.

As operações mais polêmicas são as da Varig Travel, agência turística criada
em parceria com os irmãos Humberto e Walter Folegatti, hoje donos da
companhia aérea BRA, que acaba de fazer sua estréia em vôos regulares. A VT
foi liquidada em 2003 e teria ocasionado perdas de R$ 70 milhões à Varig.

Ontem, a assembléia de credores da Varig rejeitou a venda do controle da
Fundação Ruben Berta Participações (FRB-PAR) para a Docas Investimentos, de
Nelson Tanure, e aprovou o plano de recuperação judicial da companhia. Com
isso, está aberto o caminho para investidores com interesse na aérea, como
TAP e Matlin Patterson, apresentarem ou detalharem suas propostas de
participação na empresa.

Nenhum comentário: